Diferentes doenças podem ser observadas após a emergência na cultura da soja causando lesões foliares. Muitas dessas doenças são resultado do sistema intensivo de cultivo de soja, favorecidas pela ausência de rotação de culturas ou pela baixa cobertura de solo e presença de compactação ou por condições climáticas específicas. Uma das doenças mais frequentes observadas no início do desenvolvimento é a mancha-parda ou septoriose, causada pelo fungo Septoria glycines. Os primeiros sintomas da septoriose podem aparecer cerca de duas semanas após a emergência, como pequenas pontuações ou manchas de contornos irregulares, castanho-avermelhadas, nas folhas unifolioladas. Em situações favoráveis, a doença pode atingir as primeiras folhas trifoliadas e causar desfolha (Seixas et al., 2020). Em condições de temperaturas amenas (20 oC – 22 oC) no início das semeaduras ou em regiões de altitude elevada é comum a ocorrência de oídio (Erysiphe diffusa), quando há baixa precipitação e míldio (Peronospora manshurica), em situações com maior umidade. Em sistemas que adotam a sucessão de soja com culturas que hospedam o mesmo fungo, como é o caso de Corynespora cassiicola, que apresenta uma ampla gama de plantas hospedeiras, entre elas culturas como o algodão e a crotalária, ocorre intensa presença de inóculo nos restos dessas culturas. Os sintomas de mancha-alvo podem aparecer no início do estabelecimento da lavoura no entanto, é uma doença mais severa em cultivares de soja suscetíveis. Em situações de altas temperatura e umidade, pode ser observada a presença da antracnose (Colletotrichum spp.), embora os sintomas nas folhas, de escurecimento de nervuras, comumente atribuídos a essa doença possam ser causados também por outros fungos (Seixas et al., 2020).
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